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Tributos são o maior problema para os empresários do Sul

Em pesquisa, quase 50% dos ouvidos preferem investir no Estado

A reforma tributária mais completa que até hoje não saiu do papel é a maior preocupação quando se trata de avaliar as condições para os negócios e operações situadas no Sul do País. Setenta por cento dos participantes na 4ª Sondagem da série A Força do Sul, elaborada pela consultoria PwC Brasil, Rohde & Carvalho e Revista Amanhã, indicaram o peso dos tributos como barreira à atividade. O grupo ouvido, 56% de serviços e comércio, 25% da indústria e 19% do agronegócio, revelou entusiasmo mediano com o desempenho do ano. 

O sócio-diretor da PwC, Carlos Biedermann, que apresentou os resultados da sondagem ontem no evento Tá na Mesa, da Federasul, definiu a apreensão local.  Pesquisas recentes assinalam queda de expectativas de setores da atividade. Para 51% dos ouvidos, entre 80 das 500 maiores empresas com atuação no Rio Grande do Sul, Paraná e em Santa Catarina, o desempenho de 2014 repetirá o do ano passado. Mas 26% acham que será pior. Mesmo tendo sido captados entre janeiro e fevereiro, os resultados não devem ter se alterado, comentou Biedermann. 

A preocupação com a tributação para custos e disputa de mercado se repete na nova sondagem, observou o sócio-diretor da PwC. A notícia de que a desoneração da folha de salários para indústrias será permanente foi apontada como avanço pelo executivo. “O governo reconhece que a carga é um empecilho à competitividade, o que mostra convergência para reduzir essa desvantagem”, encarou o especialista. A Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) divulgou nota comemorando o anúncio pela área econômica do governo federal. O presidente executivo da entidade, Heitor Klein, disse que a manutenção da isenção ameniza a queda de 4,5% na produção de calçados no primeiro trimestre frente a 2013. 

Outros itens que contribuiriam para um ambiente econômico mais favorável estão na manutenção da estabilidade econômica (58% dos ouvidos), reforma trabalhista (48%), investimento em infraestrutura (39%), política cambial e monetária (33%), política industrial e incentivos (21%) e reforma da previdência (11%). Na projeção sobre desempenho do PIB neste ano, a perspectiva é positiva, com 53% dos segmentos apostando em alta entre 2% e 3%. Política do governo na economia deve ser manter o controle da inflação e investir mais em infraestrutura, e na área social, educação é prioridade para 48% dos empresários.  

Diante do cenário macroeconômico, as empresas traçaram desafios que incluem como prioridades melhoria de qualidade (43%), preços (36%), fatia no mercado (33%), peso de concorrentes internacionais (29%), regulação setorial (28%) e portfólio de produtos (23%). Na hora de investir, 45% apontaram a opção pelo território gaúcho, seguido pelo Paraná e depois por Santa Catarina.  A sondagem ouviu 80 empresas entre as 500 com maior faturamento na região. Do grupo, 61% espera faturar acima de R$ 300 milhões em 2014. Metade aposta em ter lucro acima de 2013 e elencou entre as prioridades para investir - instalações e equipamentos (73%), tecnologia (44%), produção (43%), pesquisa e desenvolvimento (33%), novos produtos (28%) e contratação de pessoal (15%). Biedermann opinou que é preocupante ver P&D em quarto lugar nas metas, pois a área é decisiva para aproveitar oportunidades e melhorar
presença em mercados.