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Dinheiro, mulheres, depressão, filho órfão e afins

Hipócrita é quem diz que dinheiro não é bom. Mas iludido é quem bate no peito e fala:

Hipócrita é quem diz que dinheiro não é bom. Mas iludido é quem bate no peito e fala: 
"dinheiro traz felicidade"
Dinheiro é bom sim. Quem é que gosta de andar num trem lotado, todo amassado? Desejar consumir 
o básico e não ter acesso? Olhar para os seus filhos e não poder dar a eles condições de competirem 
de igual para igual com crianças de sua idade? Hipócrita é quem diz que dinheiro não é bom.


Mas iludido é quem bate no peito e fala: "dinheiro traz felicidade". Segundo números da Organização 
Mundial da Saúde, os campeões da depressão são os países ricos: 
21% da população da França, 19.2% da população dos EUA e 17.9% da população da Holanda tiveram 
pelo menos um episódio de depressão na vida. Todos os países citados possuem alta renda per capta 
e são considerados países desenvolvidos.


Eu conheço os dois lados da moeda e posso confirmar, por ter me relacionado e ainda me relacionar 
com muitas pessoas simples em minha vida, sorridentes, alegres e principalmente felizes, apesar de 
todas as dificuldades. Por outro lado, já vi muita gente rica vivendo à base de antidepressivos, com a
conta bancária gordinha, mas com o coração vazio e solitário, vivendo numa jaula imaginária para se 
proteger de todos que se aproximam.


Nem a riqueza e nem a pobreza podem ser rotuladas como geradores de felicidade ou infelicidade. 
Feliz é aquele que está rodeado de pessoas que ama,de amigos sinceros e de um propósito que lhe 
dará sentido em todas as manhãs quando acordar. Feliz é quem tem propósito.


A propósito, o dinheiro compra uma cama, mas não compra o sono. Compra o melhor plano de saúde, 
mas não compra a cura de uma doença em que a medicina disse 'não'. Compra momentos alegres, 
mas não a felicidade. Também compra água mineral francesa e garrafas de vinhos de cinquenta mil 
dólares, mas não é capaz de matar a sede de justiça, de amor e de significado.


No último dia de sua vida, se você pudesse escolherquem passaria este dia com você ao seu lado, 
certamente não seria com o seu gerente do banco quefaz a gestão de sua fortuna, nem na companhia 
de todos os seus diplomas, títulos, conquistas ou até mesmo com os puxa-sacos de plantão. Neste 
dia, se fosse possível escolher e prever, você certamente preferiria estar ao lado das pessoas mais 
importantes de sua vida. 
Como conciliar este aparente paradoxo? Eu sempre pensei que todo projeto que realizei nos últimos 
20 anos, as horas que trabalhei e as incontáveis viagens de negócios que fiz. Tudo isso foi com a 
finalidade de proporcionar aos que amo o melhor, ainda que eu sempre soubesse que a minha 
presença é fundamental para todos. Assim, estive muito presente até durante minha ausência física, 
ao contrário dos que chegam cedo em casa, mas passam o tempo na frente da TV.


Envolva a sua família em seus projetos. Ainda que eles não trabalhem com você, porque quando você 
viajar ou trabalhar num fim de semana, eles também estarão ao seu lado onde quer que eles fiquem à 
sua espera. Viajarão sem sair de casa, porque eles se sentem parte de seus projetos e não meros 
apoiadores de seus sonhos. Serão donos deles juntamente com você.


Não trabalhe por dinheiro. Pessoas valem mais do que coisas. No meio de tudo isso, o dinheiro será 
conquistado na medida de sua competência em produzir e empreender. Quando o dinheiro chegar, 
desfrute dele, faça-o trabalhar pra você em vez de se tornar o seu escravo.


E para não escrever um texto bonitinho e politicamente correto, desfrute com a sua família as suas 
conquistas e principalmente com a pessoa que sempreesteve ao seu lado lhe apoiando, em vez de 
trocá-la aos 40 anos de idade por duas mulheres de 20 - o que, infelizmente, tem se tornado cada vez 
mais comum... (Pode chorar à vontade nos comentários se não gostou)


Certamente, no dia de nossos velórios, os que realmente venceram na vida, sejam eles pobres ou 
ricos, serão aqueles que deixarão saudades e não osque vão deixar filhos mal resolvidos que 
passaram toda a vida sendo filhos órfãos de pais vivos porque, em casos assim, com dinheiro ou sem 
dinheiro, mais um miserável será enterrado e esquecido.